A NOITE E OS DIAS

Ana Flor Galvão | Salomé Lopes
30.11.19










EGEU: num espaço exterior, à hora do crepúsculo, os corpos contornam as sombras. O jardim alonga-se. O ambiente amplo e silencioso é atravessado pela inquietude de finas silhuetas verticais. Há uma aura tenebrosa que surge da paisagem iluminada na possibilidade de uma luz azul.
A Noite e os Dias —

1o diedro: a linha de terra, intercalada por imagens, define as sombras nos planos de projeção.

A Noite e os Dias —

2o diedro: a linha de terra, intercalada por sombras, define a paisagem.

As imagens aguçadas sobre um plano brilhante e sob a luz hostil vinculam o negro da sombra. Em contrapartida, a simplicidade das formas remete ao cuidado de um jardim. O jardim “seguro, está protegido”. Na sua ausência de limites o espaço, fechado com o tempo - anoitecer - torna-se escuro e misterioso. A luz fria conduz o espaço dominado a um espaço dominante.
O corpo é o do espectador, que movimenta as sombras e concebe a paisagem. Esta surge na ambivalência do espaço expositivo em projecção - um labirinto de formas e sombras que convidam a deambular pela vegetação.

A. Lenz