A exposição Sobre o Fruto da Máquina projeta-se no EGEU: três coletivas - onze artistas percorrem um linha externa e compõem o corpo do lugar.
O dia 20.12-19 apresenta o projeto Cuidadosamente Entre as Minas de Clara Bolota e Laura Caetano e as obras The Orchard (After Audubon) #2 e Imperial Fever (Remains from The Sittacè Uprising) de Tiago Costa e O máximo de tempo que minha impressora demora a imprimir um mínimo de informação de Gaspar Cohen.
Esta proposta coletiva confere ritmo ao espaço. Abre o tempo e anuncia a casa, apresentado volume e planos de cor dinâmicos, na sua coerência formal com a decomposição.
Num espaço ocupado pela silhueta animal surge a forma enquanto imagem da matéria, que se deteriora pela sua própria condição cíclica. Percorre a aresta geométrica, o som trágico da máquina e ocupa, amplo, as ausências do corpo vivo.
A repetição do cubo formula um padrão.
A decomposição da esfera indicia o orgânico.
O ambiente propõe a conservação da obra; a obra, consequentemente, submete a sua efémera passagem no espaço. O verdadeiro artefacto é o consumo inconstante do seu próprio fluxo.
Alimentava-me
dos rostos minados pela rede dos nervos
negros e das veias
até à raiz cravada
da voz
⎯ o terrífico
aparelho da fome. Toda a obra.
Dói.
Herberto Helder, O CORPO O LUXO A OBRA
A. Lenz