SOBRE O FRUTO DA MÁQUINA

Sara Martins | Daniela Fortuna | Maria Ramires 
21.12.19










Sobre o Fruto da Máquina é além disso o lugar em que o lugar a que se estende o corpo é extensão do corpo mesmo, onde o mesmo dia é também o dia dos dias diferentes.

Não é possível no plano alto que as silhuetas sejam traços na paisagem? O corpo é o corpo ainda - corte traço, corte traço que já não é, sempre suspenso em anúncio, em lançamento.

E o resto não é seu arredor, mas traço paralelo, simultâneo, o espaço dos espaços diferentes; os espaços do corpo, o ritmo, os carris, o sal na fome e o cansaço lascivo antes do sono, ponta.

De modo que há um espaço possível em que, por ocasião de determinado tom da luz, a cor das nuvens e dos corpos se funde e os limites de ambos se esbatem.

A cidade é o lugar do corpo - é, por isso, o corpo também: nuvem sem frestas, sem pesos sobrepostos, tela uníssona.
Não há toque, não há superfície - o que o plano proporciona é uma única forma fundida, uma figura maior.


A. Lenz