VÊS.TRÊS

Ana Malta | Madalena Pequito | Maria Matias
15.02.20










<< Baixo contínuo >>: a expressão utilizada por Starobinski para evocar os lugares e os ritmos de outrora é significativa: a modernidade não os apaga mas põe-nos em plano recuado. São como indicadores do tempo que passa e sobrevive. Perduram como palavras que os exprimem, e os exprimirão ainda. A modernidade em arte preserva todas as temporalidades do lugar, tal como estas se fixam no espaço e na palavra.
                                                                                                                            Não-Lugares, Marc Augé

O acorde sustenta uma tonalidade.

Condicionar: Improvisar uma linha melódica. O espaço define a intensidade do som. Integrar o espaço na composição (bidimensional), a partir da observação do volume. A cor do volume formula a forma. A profundida da forma só existe no redondo do olho. O volume do olho elabora o único volume da forma.

Vês.Três reúne um projeto coletivo, sem divisão em parcelas ou materiais. Três registos, discursos e métodos de trabalho confluem num ponto. Este origina um só ritmo – som - que intuitiva e harmoniosamente se organiza e compõe num espaço plano. Acorde. Durante o processo de improvisação surgem os <<lugares memória>>. A cor delimita uma linguagem que alude ao tempo e lugares antigos. Assim, o espaço presente – EGEU – é definido por dois círculos - o raio triplica – e a elipse gerada é um corpo vivo que propõe volume à voz. A temporalidade do lugar é conservada.

A. Lenz